domingo, 30 de janeiro de 2011

Cada macaco no seu galho


Rock in Rio 2011. Que evento maravilhoso aos ouvidos dos roqueiros de todo o país! Que grande oportunidade de ver, em um único evento, as maiores bandas de rock’n roll do mundo. Fico emocionado ao pensar na abertura de tamanho evento com Rihanna, Kate Perry, Claudia Leite e Ivete Sangalo! Espere um momento! Está tudo errado!

Mais uma vez estamos sendo vítimas de imposições injustas da sociedade e da mídia. O que não é aceito por completo pela maioria, o que é marginal e não é o centro das preferências não pode permitir um acontecimento tão grande para que somente um estilo seja homenageado.

O evento começou muito bem no ano de 1985 quando apenas artistas do meio do rock e do pop mais estilizado ao rock’n roll (estilo até bem aceito por muitos roqueiros) tocaram. Em sua segunda edição o nome de George Michael já prenunciava a catástrofe musical que estava por vir nas próximas edições. Na terceira realização do evento é que pode ser notado que o mesmo estava fadado à agradar a maioria ao invés de fazer jus ao nome ROCK in Rio. Os roqueiros, na última realização em território nacional, tiveram de aturar grandes nomes do mundo pop americano e, sem nenhuma surpresa, pode-se testemunhar a revolta do público com a chuva de copos durante uma apresentação de Carlinhos Brown.

Não critico outros estilos musicais. Mesmo me afirmando como um roqueiro completo eu respeito os outros estilos, mas temos de convir que, usando a frase popular: "cada macaco no seu galho." O roque é um estilo completamente marginalizado na sociedade brasileira. Percebe-se isso a todo o momento quando observamos milhares de narizes torcidos ao aumentarmos o volume ao som de algumas guitarras distorcidas. O roque tem de aceitar os nomes de outras músicas junto dele, mas o contrário nunca acontece. Nunca vi o Sepultura tocando no carnaval brasileiro; nunca vi o Iron Maiden num trio-elétrico em Salvador, então porque temos de aturar o axé, o pop, o R&B num evento destinado ao público roqueiro?

Para ser franco, o mais franco possível, o evento se tornou um fiasco indiscutível quando contradiz até seu título: Rock como estilo musical a ser apresentado e in Rio como local de realização do evento. Lisboa está além-mar, não é o Rio de Janeiro, muito menos o Brasil e ainda assim recebeu o evento durante três edições. Faça-me o favor, mude o nome do evento para Música Variada em Qualquer Lugar ou voltem o evento ao objetivo inicial que é mostrar o roque para os fãs brasileiros.

Mais difícil ainda deve ser para as pessoas que tiveram a oportunidade de testemunhar um evento como o Woodstock ver o nome do bom rock’n roll ser misturado a estilos que se mantém, não pelo prazer de fazer boa música, nem pela necessidade de se afirmar como um estilo, mas para ganhar dinheiro fácil, manter a fama em primeiro lugar e aparecer em capas de tabloides e revistas sensacionalistas. 

Um comentário:

  1. hehehehe... pois eh velho, concordo com sua colocação vou mandar um e-mail para a extra FM e sugerir para o Axé Brasil 2011 o além das bandas tradicionais de axé, trazer tambem o "SLIPKNOT" para tocar. rsrsrs q q será que vai acontecer??? kkkkkkkk

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